Perfil Socioeconômico 2020 de Ouro Preto revela cenário econômico e social antes da pandemia

diogomartins 1 de junho de 2017 Nenhum comentário

Perfil Socioeconômico 2020 de Ouro Preto revela cenário econômico e social antes da pandemia

A Federação do Comércio de bens, serviços e turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio – MG), divulgou ontem (13-10) a nova pesquisa sobre o Perfil socioeconômico de Ouro Preto, referente ao ano de 2019. Em conjunto com o SescSenac e os sindicatos da capital e do interior, o Sistema Fecomércio MG – criado em 1938 –  levantou os dados que analisam a cidade de Ouro Preto, sob a ótica social, econômica, populacional, tributária e produtiva. A pesquisa inseriu Ouro Preto dentro da microrregião que abrange ainda Diogo de Vasconcelos, Itabirito e Mariana.

Entre os dados sobre população e eleitorado, é relevante considerar que Ouro Preto teve uma leve alta de 0,4% considerando o ano anterior, com uma população estimada em 2018 de 74.281 habitantes, destes, 81,7% (60.690 pessoas) aptos a votar no município. Com índice de desenvolvimento humano (IDH) avaliado em 0,754a cidade se apresenta acima da média nacional, que é de 0,727, porém ficou abaixo do índice de Minas Gerais, que atingiu 0,759 após três anos de alta.

Arrecadações e transferências institucionais têm pequenos aumentos

Após o ano de 2018 ter sido conturbado pela paralização de repasses constitucionais do Governo Federal, Ouro Preto voltou a patamares próximos de quando o repasse era feito normalmente. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) oscilou positivamente em 8,7% e o FUNDEB (Fundo para manutenção da educação básica), que teve queda de 25,4% no período anterior, arrecadou desta vez quase 30 milhões, o que significa um alta de 61,8% se comparado ao ano de 2018.

No geral, a arrecadação ouro-pretana em 2019 teve um aumento de cerca de 4% em relação a 2018, não atingindo a previsão de 240 milhões feita pelo último estudo, mas retomando de forma consistente o patamar de 10 anos atrás, pelo segundo ano consecutivo. Para 2020, a previsão de que a arrecadação municipal vinha com valores aproximados a 2019, porém, pelo cenário de pandemia do novo coronavírus, ainda é uma incógnita.

Importante frisar que a arrecadação tributária abrange o ICMS além de multas, juros de mora e dívida ativa com a cidade.

Dentro dos setores econômicos do município, o comércio (varejista e atacadista) que teve queda nos últimos três anos, permaneceu no patamar do ano anterior, correspondendo a 9,8% da participação na arrecadação de Ouro Preto. Entretanto, a redução da dependência de Ouro Preto com a indústria, que teve queda de 10 pontos percentuais na pesquisa de 2019, avançou números parecidos com a redução do ano passado, voltando para a margem dos 60%. Isso significa uma maior dependência de mineradoras, o que possivelmente se explica pela retomada gradual das atividades da Samarco.

Para o presidente da ACEOP, Paulo Ferreira “a importância da diversificação da economia se faz mais urgente, ainda mais com a pandemia. É preciso compreender que os pequenos negócios serão os mais atingidos quando tudo passar, mas para isso, eles precisam primeiro conseguir existir, no meio de um cenário extremamente incerto.”

Já o setor de serviços – possivelmente o mais impactado deste o início da quarentena – retraiu de 36,4% para 30%, precisando ser avaliado com calma para o ano seguinte.

Renda per capita sobe porém PIB cai: entenda

Considerando todo o Estado de Minas Gerais, o município de Ouro Preto perdeu 1 posição quando é verificado o produto interno bruto (a soma de todos os bens e serviços produzidos na cidade), porém a renda per capita, que havia caído mais de 30% no ano passado, voltou a subir, atingindo R$62 mil em 2019, o que resulta em um aumento de mais de 33%.

Como o cálculo tem uma defasagem de três anos em relação ao período pesquisado, é importante salientar que ele reflete justamente o período de tentativa de retomada das atividades mineradoras na região. “Estes dados mostram que empresas de grande porte ainda são responsáveis pela maior parte da economia da cidade, e também que a recuperação econômica aguardada nos últimos anos, não aconteceu ainda. O que pode ser preocupante quando analisada na perspectiva incerta do que temos hoje”, pontua Paulo.

 

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